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sexta-feira, 6 de março de 2009

Figura da Semana: Peyroteo

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Dados Pessoais
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Nome: Fernando Baptista de Seixas Peyroteo de Vasconcelos
Data de Nascimento: 10 de Março de 1918
Data de Falecimento: 28 de Novembro de 1978
Naturalidade: Humpata, Angola
Posição: Ponta-de-Lança
Altura: 1.88 cm
Peso: 86 kg
Internacionalizações A: 20 (15)
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Percurso Profissional
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1935-1937 : Sporting Clube de Luanda
1937-1949 : Sporting Clube de Portugal
1949-1950 : Clube de Futebol Os Belenenses
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Técnico Principal
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1961-1962 : Selecção Nacional de Portugal
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Palmarés
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Campeonato Português: 1941, 1944, 1947, 1948, 1949
Vice-Campeonato Português: 1939, 1940, 1942, 1943, 1945
Taça de Portugal: 1941, 1945, 1946, 1948
Campeonato de Portugal: 1938
Campeonato de Lisboa: 1938, 1939, 1941, 1942, 1943, 1945, 1947
Melhor Marcador do Campeonato: 1938 (34), 1940 (29), 1941 (29), 1946 (37), 1947 (43), 1949 (19)
Jogador com Melhor Média de Golos do Século XX: 2000
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História
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Fernando Baptista de Seixas Peyroteo de Vasconcelos, nascido no dia 10 de Março de 1918 em Humpata, Angola, antigo Império Português, foi para muitos, o melhor ponta-de-lança português, de todos os tempos. Foi uma autêntica máquina de fazer golos, disse um dia o mítico Cândido de Oliveira. Em doze anos de carreira profissional, Peyroteo apontou cerca de 700 golos, numa altura em que, o Campeonato Português detinha de apenas doze equipas, no principal escalão. Tendo começado a dar os primeiros passos no mundo do futebol, em territórios "africanos", Peyroteo desde cedo se revelaria, como um enorme avançado no Sporting Clube de Luanda, o seu primeiro clube, enquanto futebolista profissional. No dia 26 de Junho de 1937, Peyroteo de apenas 19 anos de idade, chegaria ao aeroporto de Lisboa, onde segundo se consta, estava prestes a assinar contrato com um dos "grandes" de Portugal. Sem ter assinado qualquer contrato profissional, o jovem avançado, apenas daria a sua palavra de honra, em como vestiria a camisola do Sporting Clube de Portugal, sem sequer ser referido, as habituais questões financeiras. Porém, Peyroteo seria abordado, por um emissário de um clube do norte, mais concretamente e, segundo se fala, o Futebol Clube do Porto, tendo-lhe oferecido na altura, um salário superior ao que o Sporting apresentara. No entanto, o jovem Peyroteo, não aceitaria a oferta "portista" pois, estava verbalmente comprometido com os "leões" de Alvalade. Com poucos dias em Portugal, Peyroteo ainda sem qualquer acordo estabelecido, com o clube leonino, submeteu-se a um primeiro treino, sob as indicações do técnico Joseph Szabo. Apenas os dois. O experiente treinador, queria saber qual a sua relação com a bola, como rematava, qual a potencia e direccção do seu remate, como articulava o seu espantoso poder físico. Durante mais de uma hora, os dois entregár-se-iam a um teste prévio, onde o técnico dos "leões" concluiu que a sua contratação era uma mais valia para a equipa. Numa manhã de Agosto, Peyroteo faria o seu primeiro treino com a equipa do Sporting. Para muitos jogadores, trata-se de um momento de enorme tensão psicológica. Segundo se consta, Fernando Peyroteo entraria em campo, com as suas pernas a tremer. O jovem avançado ficaria ainda mais perturbado, quando soube que ia jogar ao lado dos avançados titulares. Porém, quando a bola começou a rolar, tudo mudou e, nem com o mítico guarda-redes português João Azevedo na baliza, o conseguiu deter, tendo inclusivé, apontado três golos nesse treino. Dois de cabeça e um de pé direito. Já com o contrato firmado, Fernando Peyroteo faria a sua estreia, com a camisola principal do Sporting Clube de Portugal, num Torneio Triangular, disputado no Campo das Salésias, frente ao eterno rival de Lisboa, o Sport Lisboa e Benfica, clube que anos mais tarde tentaria a sua contratação, porém, sem sucesso algum. Nessa partida a equipa leonina, venceria os "encarnados" por 5-3, sendo que dois dos cinco golos do Sporting, foram apontados pelo estreante Fernando. Estava assim, lançada, a maior estrela sportinguista de todos os tempos. Sendo um puro "matador", tanto no Sporting Clube de Portugal, como na Selecção Nacional de Portugal, Peyroteo faria parte da lendária equipa (quinteto) de "Os Cinco Violinos", juntamente com Jesus Correia, Manuel Vasques, Albano e Travassos. Peyroteo, o goleador do famoso quinteto, sabia encontrar a melhor colocação na área de finalização, na hora dos cruzamentos da direita ou da esquerda, apontando muitos do golos, sem que a bola caísse no pelado. Nos gloriosos tempos de Fernando Peyroteo, existia no Sport Lisboa e Benfica, o avançado Guilherme Espírito Santo, um fabuloso jogador e, a rivalidade entre os dois clube de Lisboa era enorme. Na altura, dizia-se então: o verdadeiro sportinguista ao benzer-se diz "Em nome do pai, e do filho e do Peyroteo, que o Espírito Santo é do Benfica!". Era um desportista completo que, acabou por se fixar no futebol, onde fez uma carreira notável e única no futebol mundial. Fernando Peyroteo começou por ser um avançado de uma estrutura física fora do normal, tendo uma relação difícil com a bola e, enormes dificuldades na articulação motora. Era somente um atleta, transformando-se num dos mais extraordinários jogadores, de toda a história do futebol mundial. O jogador que deu sentido às sinfonias da orquestra mais genial que alguma vez pisou os campos nacionais. Em doze anos de carreira profissional, ligada ao Sporting Clube de Portugal, Peyroteo apenas falharia 62 das 431 partidas oficiais com a camisola leonina. Sendo um atleta bem constituído fisicamente, foi sempre um jogador fiel ao seu clube. Devido a esse facto, ficaria eternamente célebres, os "duelos" entre Gaspar Pinto, jogador do Benfica, Guilhar, jogador do FC Porto e Feliciano, jogador do Belenenses. Em 1945, Peyroteo agrediria inclusivé Gaspar Pinto, após este último, o ter ofendido em pleno campo de jogo. Nesse mesmo ano, alguns emissários dos franceses do Bordéus, tentariam alcançar a sua contratação, porém, o avançado português nem sequer os quis receber. A sua ligação ao Sporting era assim, algo indestrutível. É bastante difícil escolher uma das variadíssimas tardes de glória de Fernando Peyroteo, com a camisola do Sporting, contudo, houve uma que marcaria para sempre, o rumo do futebol português, no ano de 1948. No dia 24 de Abril de 1948, a equipa do Sporting precisava de vencer o Benfica, fora de casa, por uma diferença de três golos, para conquistar mais um Campeonato Nacional. Apesar de ter passado a noite anterior bastante fragilizado (febre) e, onde ninguém acreditava na reviravolta, Peyroteo conseguiria marcar os quatro golos da equipa, da vitória por 4-1. Com os seus golos apontados, a equipa leonina, conquistaria o Campeonato Nacional, bem como, a Taça "O Século", um troféu verdadeiramente momumental. Durante toda a sua carreira desportiva, Peyroteo conseguiria conquistar 23 títulos, com a camisola do Sporting: cinco Campeonatos Nacionais; um Campeonato de Portugal; quatro Taças de Portugal; sete Campeonatos de Lisboa e seis vezes o melhor marcador do campeonato português. Tudo em doze anos de ouro. Sem dúvida, um dos maiores goleadores do futebol português e mundial. Entre 1937 a 1949, Fernando Peyroteo conseguiria um total de 694 golos em apenas 432 partidas, terminando com uma incrível média de 1.62 por jogo. Com estas marcas, Peyroteo permanece com o melhor ranking de média de golos marcados, da história de todos os campeonatos nacionais, de todo o mundo. Para o Campeonato Nacional e, com a camisola do Sporting, Fernando Peyroteo faria um total de 331 golos em 197 jogos, ultrapassando dessa forma, o lendário avançado "encarnado" Eusébio que, apontou 319 golos no respectivo campeonato português. Na temporada de 1947/1948, Fernando Peyroteo faria um total de 43 golos, para o Campeonato Nacional, marca que apenas viria a ser ultrapassada pelo argentino e, também jogador do Sporting Hector Yazalde que, na época de 1973/1974 apontou uns espantosos 46 golos, a melhor marca de sempre, no futebol português. Mais recentemente, na temporada de 2001/2002, o brasileiro Mário Jardel, conseguiria (também ao serviço do Sporting) apontar 42 golos no campeonato português. Não conseguiu igualar a marca de Peyroteo mas, conseguiu alcançar a Bota de Ouro nesse mesmo ano. Contudo, Peyroteo permanece como o jogador português, com mais golos marcados numa só temporada, no Campeonato Nacional. Dos variadíssimos recordes que Peyroteo conquistou, poderá destacár-se seis deles: o jogador português que mais golos marcou numa só partida em campeonatos nacionais: 9 golos frente à formação do Leça, no dia 22 de Fevereiro de 1942, numa partida em que a equipa leonina venceria por 14-0 (!); o jogador português que mais golos consecutivos num só jogo para campeonatos nacionais: 5 golos frente ao Vitória de Guimarães, no dia 8 de Fevereiro de 1942; o jogador com melhor média de golos marcados pela Selecção Nacional de Portugal: 15 golos em 20 partidas disputadas; o jogador com mais golos marcados ao Sport Lisboa e Benfica: 64 golos em 55 jogos; o jogador com mais golos marcados ao Futebol Clube do Porto: 33 golos em 32 partidas; o jogador com mais golos marcados ao Belenenses: 65 golos em 53 partidas. Além dos referidos recordes, destacár-se-á ainda, os oito golos apontados ao Boavista em 1949, seis golos marcados por três ocasiões, cinco golos apontados em doze encontros e, quatro golos em 17 partidas. Ao serviço da Selecção Nacional de Portugal, Fernando Peyroteo faria a sua estreia, no dia 1 de Janeiro de 1938, frente à selecção da Hungria. O seu primeiro golo internacional, aconteceria no dia 1 de Maio do mesmo ano, frente à formação da Suíça. Peyroteo apenas conseguiu 20 internacionalizações, porém, apontaria 15 golos nessas mesmas partidas, tornando-se num dos jogadores com melhor média da selecção portuguesa. O seu último encontro, com a camisola das "quinas", aconteceria no dia 20 de Março de 1949, frente à selecção espanhola, num encontro que acabaria empatado a uma bola. Uma das muitas histórias curiosas da sua vida, aconteceria em Agosto de 1949, numa altura em que contraíu uma enorme dívida, numa casa de desporto. Com essa situação a agravár-se, Peyroteo decidiria terminar a sua carreira desportiva, aos 31 anos de idade (!). Foi então que um grupo de sócios, lhe adiantou o dinheiro em causa, para que este prosseguisse a sua carreira, por mais uma temporada. A sua despedida, dos grandes palcos futebolísticos, aconteceria no dia 5 de Outubro de 1949, num estádio carregado de emoção e cuja receita, lhe permitiu pagar a quantia adiantada um ano antes. Depois da sua retirada, do futebol profissional, Fernando Peyroteo ainda chegaria a treinar no Belenenses, fazendo dessa forma, a sua última época como futebolista. Contudo, tal não aconteceria. O seu regresso ao mundo do futebol, apenas se realizaria no ano de 1961, quando foi nomeado o novo Seleccionador Nacional de Portugal. Embora não tenha alcançado os feitos gloriosos do passado, Fernando Peyroteo foi o grande responsável, por simplesmente ter lançado um jovem chamado... Eusébio da Silva Ferreira, o melhor jogador português de todos os tempos. No dia 28 de Novembro de 1978, Peyroteo de 60 anos de idade, não resistiria aos diversos problemas cardíacos, deixando assim, uma eterna saudade, em todos aqueles que o viram jogar um dia. Ele foi sem dúvida, uma máquina de fazer golos. O seu nome será eterno, seja no futebol português, seja no futebol mundial. Para a história fica Fernando Peyroteo, a máquina letal do Sporting Clube de Portugal. Para a história fica, Fernando Peyroteo... um dos Violinos de Portugal.
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